No episódio #013
Gabi Bresola lê Parto de Mina Loy
No episódio de nº 013 Gabi Bresola lê Parto de Mina Loy
Gabi Bresola é uma mulher meio bruta que pensa que é artista.
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Parto
Eu sou o centro
De um círculo de dor
Que ultrapassa seus limites em todas as direções
O negócio do sol insosso
Não tem nada a ver comigo
No meu cosmos congestionado de agonia
Do qual não há escapatória
Em vibrações nervosas infinitamente prolongadas
Ou em contração
Até o núcleo pontual do ser
Localize uma irritaçãosem
isso édentro de
Dentro
está fora
A área sensibilizada
É idênticacom a extensão
da intenção
Eu sou a quantidade falsa
Na harmonia da potencialidade fisiológica
Com a qual
Ganhar autocontrole
Eu deveria estar em consonância
No tempo
A dor não é mais forte que a força de resistência
A dor evoca em mim
A luta é igual
A janela aberta está cheia de uma voz
Um pintor de retratos da moda
Correndo escada acima para o apartamento de uma mulher
Canta
"Todas as garotas são arrumadas
Todas as garotas são legais
Quer usem seus cabelos em cachos
Ou — ”
No fundo dos pensamentos aos quais permito a cristalização
A concepção Bruta
Por quê?
A irresponsabilidade do macho
Deixa a mulher com sua superior Inferioridade.
Ele está correndo escada acima
Estou escalando uma montanha distorcida de agonia
Aliás, com a exaustão do controle,
eu alcanço o cume
E gradualmente me afundo na antecipação do
Repouso
Que nunca chega.
Pois outra montanha está crescendo
Que instigado pelo inevitável
eu devo atravessar
Atravessando a mim mesmo
Algo no delírio das horas noturnas
Confunde ao mesmo tempo que intensifica a sensibilidade
Desfocando contornos espaciais
Ajudando tanto a ilusão do circunscrito
Que o gorgolejo de uma fera crucificada
Vem de tão longe
E a espuma nos músculos esticados de uma boca
Não faz parte de mim
Há um clímax na sensibilidade
Quando a dor superando a si mesma
Torna-se exótica
E o ego consegue unificar os polos positivo e negativo da sensação
Unindo as forças opostas e resistentes
Em revelação lasciva
Relaxamento
Negação de mim mesmo como uma unidade
Interlúdio de vácuo
Eu deveria ter sido esvaziado de vida
Dando vida
Para a consciência em crises corridas
Através dos depósitos subliminares de processos evolutivos
Eu não examinei
em algum lugar Uma mariposa morta de penas brancas Colocando ovos? Um momento Sendo realização Pode Vitalizado pela iniciação cósmica Fornecer um pedido de desculpas adequado Para o objetivo Aglomeração de atividades De uma vida VIDA Um salto com a natureza Na essência Da imprevisível Maternidade Contra minha coxa Duro de movimento infinitesimal Quase imperceptível Ondulação Calor umidade Agitação de vida incipiente Precipitando em mim O conteúdo do universo Mãe Eu sou Idêntico Com infinita Maternidade Indivisível Agudamente Eu sou absorvido No foi — é — sempre — será Da reprodutividade cósmica
Surge do subconsciente
Impressão de um gato
Com gatinhos cegos
Entre suas pernas
A mesma agitação ondulante da vida
Eu sou aquele gato
Surge do subconsciente
Impressão de carcaça de pequeno animal
Coberta com garrafas azuis
— Epicurista —
E através dos insetos
Ondas aquela mesma ondulação de vida
Morte
Vida
que estou conhecendo
Tudo sobre
Desdobramento
Na manhã seguinte
Cada mulher do povo
Na ponta dos pés sobre o pelo vermelho do tapete
Fazendo serviço silencioso
Cada mulher do povo
Usando uma auréola
Uma pequena auréola ridícula
Da qual ela é sublimemente inconsciente
Certa vez ouvi em uma igreja
: Deus criou o homem e a mulher .
Graças a Deus.
Mina Loy (1914)
VER.SAR é um podcast com artistas convidadas a compartilhar leituras de textos sobre práticas artísticas, maternidades e feminismos.
Este Podcast é uma plataforma de comunicação colaborativa que reúne mulheres artistas e seus referenciais textuais, a partir do exercício da leitura e busca criar um arquivo de consulta e compartilhamento gratuito de conteúdo relacionado às questões estruturais e conceituais implicadas em ser mulher na contemporaneidade. As artistas convidadas são mulheres que investigam e discutem os conflitos políticos da vida doméstica e pública produzindo pensamento crítico em nosso contexto e propondo mudanças significativas no mundo da arte.
É preciso Ouvir as mulheres!
Apresentação: Priscila Costa Oliveira e Maria Flor
Convidada: Gabi Bresola
06 de dezembro de 2018